quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PADRE NA POLÍTICA - UM COMPROMISSO COMO MINISTÉRIO

Pe. Manoel Henrique - Teólogo
Todos dizem que a Política é a arte de fazer o bem, também reconhecemos sua imprescindível importância na vida social. O mau uso da política, porém, cria embaraços para todos. Os maus políticos podem até criar em nós a tentação de não valorizá-la e mesmo de eliminá-la, o que  seria   um  contra senso imperdoável.
Estas considerações iniciais não devem conduzir-nos pelos caminhos da omissão. A verdade seja de que lado for não se pode esconder como não se pode tapar o sol com uma peneira. As exceções saltam aos olhos e se destacam.
No interior das Igrejas cristãs, a Política é tratada de forma superficial para não dizer de forma farisaica. Normalmente entre os católicos não se fala em política, embora todos tenham seus candidatos, ficha limpa ou não. A Igreja Católica possui uma Comissão de Educação Política, que quase sempre funciona somente em tempos de eleição. Os evangélicos têm outra prática, que não me convém aqui analisá-la. Já vi, porém, reclamações de candidatos eleitos com votos de religiosos, que depois se sentem abandonados ou explorados e não devidamente acompanhados.
A Igreja de São Pedro, nesses últimos anos, graças aos seus leigos conscientes, tem tido um outro comportamento de compromisso social e político sem jamais ter cedido às manobras eleitoreiras. Membro e participante da comunidade paroquial, Judson Cabral se impõe naturalmente como político. Fomos nós que reagimos contra o infeliz e anti-ético depoimento de seu companheiro de Casa e Partido, quando se referia injuriosamente contra Judson Cabral. Sua história de vida e prática política nos deixam à vontade para nos sentamos juntos e partilharmos a vida e a fé, Num tempo de tantas práticas abomináveis, podemos excluir delas o nosso irmão de Igreja e de Comunidade, pois, a própria Assembléia Legislativa disso nos dá testemunho, quando afirma que o único deputado e gabinete que não utilizaram verbas especiais naquela Casa.
Hoje a Igreja Católica tem sérias restrições contra a presença de padres na área política, mas não foi assim no passado. Dom Paulo Evaristo Arns pedia-lhe que liberasse seus padres para a Política, pois esta precisava bastante deles. Alagoas conheceu figuras imponentes do seu Clero na Politica alagoana como Mons. Capitulino, Mons. Cícero Vasconcelos, de Viçosa, Padre Medeiros Neto. Isso não nega a participação de muitos cristãos, leigos e padres, em movimentos políticos.
No tempo da Ação Católica, havia um trabalho mais sério de compromisso cristão com a realidade, até entrar em confronto com a Ditadura Militar brasileira Não se pode esquecer a atuação de Paulo VI na formação e atuação política da Itália. O compromisso cristão e profético do Evangelho na Igreja brasileira e latino-americana, no pós-Concilio Vaticano II, suscitou muita gente para as lides políticas. Aliás, o melhor caminho e as melhores propostas políticas sempre podem nascer das linhas pastorais de uma Igreja comprometida com a libertação de seu povo.
Meu comentário:
Também acredito nas palavras do teólogo, o qual foi meu professor de Bíblia, Pastoral, bem como meu reitor no Seminário. Homem de grande inteligência, visão aberta, para um mundo que precisa de respostas atuais. Hoje, é diferente do passado, embora seja ele iluminador do presente, sobretudo quando alguns religiosos são citados como profetas de ontem, trazendo grande contribuição para o presente.
Pe.Rosival

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