quinta-feira, 6 de março de 2014

A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014

Todos os anos, no período da quaresma, a Igreja Católica lança a Campanha da Fraternidade com um tema novo. O Objetivo é despertar nos fiéis a solidariedade acerca de determinado problema vivido pela sociedade. Este ano, a campanha vai trabalhar o tráfico humano como tema.  Durante o período da campanha, os católicos vão estudar e escolher as ações de combate ao trabalho escravo a partir deste tema.

O termo parece-me um tanto ambíguo, tendo em vista tantos temas de grande relevância, os quais mutas vezes dão por encerrado em razão dos muitos outros nas atividades pastorais. Estes temas também podem ser vistos e encarados como pano de fundo para que partindo deles outros possam ser desenvolvidos. Até porque são assuntos inesgotáveis, exatamente por se tratar de problemáticas que envolve o ser humano nas mais diversas realidades  culturais e étnicas.

Quando surge determinado tema é porque já se vem pensando e refletindo sobre algo que desde muito incomoda e prejudica uma boa parte da população, principalmente os mais simples e humildes, para não se dizer, em alguns casos a minoria. E aqui poderíamos elencar uma série de situações e instâncias prejudicadas. E todos, de uma certa forma, tendo como base o poder econômico, máquina escravizadora do ser espécie humana.

Estudamos nas escolas que o Brasil foi liberto da escravidão. O que parece na verdade é que, como quase tudo é teoria, retórica, houve apenas uma força de expressão,porque a escravidão branca continua até hoje, e o pior em todos os setores da nossa sociedade, é como se não tivéssemos pensamento ou não soubéssemos pensar, muito menos agir. É uma vida contida, como se fosse uma panela de pressão,porque a qualquer momento pode explodir.

Ora, o tráfico humano, de inocentes, e aqui não se trata somente de  criança inocentes, mas de adultos, adolescente, jovens e idosos que já perderam sua dignidade, fruto de uma educação e de meio de produtividade falidos, ficando estes a mercê dos espertalhões, muitos deles advindo de outros países com falsas promessas.

É bom sabermos que o tráfico tem uma amplitude, um leque escancarado tomando posse de todos os âmbitos da sociedade. São eles: tráfico de influência nos mais diversos poderes; tráfico de drogas, esparrados em quase toda a sociedade, bem como nos mais diversos poderes; tráfico de crianças, adolescentes, jovens e idosos; tráfico de trabalho escravo. Quem não conhece a história dos boias - fria que deixam suas terras, sua pátria para se sujeitarem aos piores e maiores maus tratos, tentando ganhar o pão de cada dia, principalmente aqueles que provindo do nordeste do pais? Sim, aqueles que fizeram crescer o sul do pais, e que hoje continuam sendo marginalizados. E por que também não lembrar aqueles que migram para outros países em busca de melhores condições de vida, cujo direito de cidadania até hoje não foi reconhecido?

Vejo que é chegado o momento de todos nós, iluminados pelos ensinamentos de Jesus Cristo, nos tornamos profetas, mas não somente agora, no verdor da Campanha da Fraternidade, mas criamos um grande movimento em favor dos marginalizados, dos excluídos; de fazermos valer o nosso direito de cristãos e de cidadãos conscientes do nosso papel, da nossa missão.


“O cartaz quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente”.

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